A inteligência do polvo  

Postado por Felipe Bruno Martins Fernandes

 
Fonte: http://www.centrovegetariano.org/index.php?article_id=420

Em várias regiões de Portugal é costume consumir polvo (cozido) na época
natalícia. Deixamos?te aqui diversas razões para preferires refeições
vegetarianas e apreciares o polvo apenas no seu habitat natural e bem vivo!
O polvo, cefalópode invertebrado habitante dos oceanos, é um animal
extremamente inteligente com grande volume cerebral e um sistema nervoso
altamente complexo disperso por todo o corpo que é capaz de desarrolhar
tampas
de frascos, decorar a sua habitação com belas pedras, conchas e pedaços de
vidro colorido, esconder-se, resolver labirintos e problemas, distinguir
padrões e formas, praticar aprendizagem por observação e mesmo brincar
atirando garrafas ou objectos contra a corrente e apanhando?os de seguida.
Esta inteligência não decorre de imitação nem parece advir do instinto,
pois os polvos quase não contactam com os seus progenitores e têm uma vida
solitária.
Diversos estudos demonstram que estes animais com grande capacidade e
delicadeza
sensoriais são capazes de aprender, sentir dor, reter memórias e utilizar
conhecimentos adquiridos para resolverem problemas. Ficou também provado que
sentem e sofrem de stress sempre que estão presos e não podem exprimir o seu
comportamento natural, que consiste em explorar aquilo que encontram e o seu
habitat com os seus enormes e muito complexos tentáculos.
Os polvos são capazes de planear acções e de as executar de acordo com
objectivos traçados de modo a favorecer a sua vida e a sua sobrevivência.
Tal como as lulas, os polvos conseguem mudar as suas cores e padrões desde o
verde e azul até ao cor-de-rosa; Martin Moynihan (investigador científico)
crê que estas mudanças constituem um tipo de linguagem visual que inclui
sinais para substantivos e verbos. Estas variações ocorrem conforme a época
de acasalamento, comportamento, stress, intenção de comunicação mútua e
servem também para localizar presas transparentes.
Também a estrutura complexa do olho cefalópode, semelhante à dos vertebrados
e capaz de visão polarizada, nos diz bastante acerca do estado evolutivo
avançado do polvo, visto que os animais que possuem este tipo de órgão num
grau tão desenvolvido têm mais hipóteses de sobreviver (evitar predadores,
encontrar alimento e parceiro para procriar) e legar essa mesma
característica
de sucesso à sua descendência.
Além de todas estas razões para não comer polvo, o consumo deste animal
também não beneficia a nossa saúde, visto que contém bastante colesterol
(é contra?indicado a quem está em regime de redução lipídica) e pode
estar contaminado com diversos poluentes presentes nos oceanos.
Por isso, começa já este Natal a seguir as nossas sugestões na secção de
receitas e a criar novas tradições juntamente com a tua família e amigos!

Curiosidades:
- Os olhos dos cefalópodes têm uma capacidade única de rotação e constante
orientação em relação à força da gravidade, o que permite à pupila
manter sempre uma posição horizontal para que o cérebro do animal interprete
toda a informação visual desta forma, independentemente do ângulo em que o
corpo se possa encontrar.
- Em alguns países, os polvos constam da lista de animais aos quais não pode
ser aplicada cirurgia sem anestesia.
- No Reino Unido os polvos são considerados vertebrados honorários no
Animals
(Scientific Procedures) Act 1986 e em mais legislação contra a crueldade.

Referências:
http://ebiomedia.com
http://www.animaisexcepcionais.org
http://www.petakids.com
http://ipimar-iniap.ipimar.pt/divulgacao/O%20polvo%20comum%20-%20IPIMAR%2031Out06.pdf
 

This entry was posted on domingo, dezembro 24, 2006 .