Dois travestis são assassinados no Rio  

Postado por Felipe Bruno Martins Fernandes

Sáb, 29 Dez, 01h10

Dois travestis foram assassinados na madrugada de hoje em Jacarepaguá, na zona oeste do Rio. De acordo com relatos de testemunhas, o crime teria sido cometido por ocupantes de um carro que percorriam os arredores do bairro armados de pistolas. A região é um ponto conhecido de prostituição. Outros travestis teriam sido alvo dos criminosos, mas não há registro de feridos ou mais mortes.

O primeiro crime ocorreu por volta das 3h20, segundo registro da delegacia da Taquara (32ª DP), quando Maicon Teixeira Karan Mendes, de 20 anos, foi baleado na rua Atituba, próximo ao Clube Português. Ele foi atingido no tórax e chegou a ser socorrido no Hospital Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, mas não resistiu aos ferimentos.

Na Estrada dos Bandeirantes, próximo ao local do primeiro crime, outro travesti, identificado por populares como Alex Eduardo Silva, foi encontrado morto no asfalto. A polícia suspeita que ele tenha sido morto pelos mesmos criminosos, meia hora depois. Testemunhas chegaram a dizer que ele foi retirado de um veículo Kombi e executado com tiros de pistola, mas a polícia não tem registro disso. O corpo foi encaminhado diretamente ao Instituto Médico Legal (IML), no centro do Rio.

Casos de agressões a prostitutas e travestis foram registrados nesse ano na zona oeste do Rio. Em junho, a empregada doméstica Sirlei Dias de Carvalho Pinto foi espancada na Barra da Tijuca por jovens ao ser confundida por eles com uma prostituta. Garotas de programa e travestis que trabalham na região contam que são atacados por agressores com freqüência. Em novembro, dois jovens que agrediram prostitutas e travestis com um extintor do incêndio foram condenados a prestar serviços comunitários.

Em 2007 também foram registrados crimes contra homossexuais. Em agosto, um casal de gays foi agredido depois de participar da Parada Gay de Niterói. Em novembro, Ferruccio Silvestro, de 19 anos, foi perseguido e espancado por três jovens quando saía de uma boate gay também em Niterói. Os agressores provocaram hematomas e ferimentos graves no rosto do rapaz, que os denunciou à polícia.
 

Carta de Marcos Sorrentino  

Postado por Felipe Bruno Martins Fernandes

Aos educadores e educadoras ambientais do Brasil e dos países de
línguas hispânica e portuguesa,

Poucos de nós conseguiram acompanhar a IV Conferência Mundial de Educação Ambiental para um Futuro Sustentável, Tbilisi+30, no contexto da Década da Educação para o Desenvolvimento Sustentável, que se realizou em Ahmedabad, Índia, nos dias 26 a 28/11.

As causas podem ser atribuídas à fraca divulgação do evento e à falta de apoio das agências internacionais para lá estarem representantes destes países, tendo em vista o custo do deslocamento, ou devido ao motivo de todo evento ter o inglês como única língua oficial, ou pelo fato de na América Latina existir um forte movimento de resistência à substituição do nome Educação Ambiental (EA) por Educação para o Desenvolvimento Sustentável (EDS).

A delegação de três representantes do governo brasileiro que lá esteve, envia-lhes a seguir um pequeno relato sobre o ali vivenciado,
com alguns documentos e referências para a nossa análise reflexão, debates e mobilização. Mobilização que nos anima há mais de três décadas, enfatizada pelas mudanças socioambientais globais relacionadas ao Aquecimento do Planeta: fazer uma educação ambiental que contribua para a melhoria da qualidade de vida de todos e para a recuperação e conservação do meio ambiente em toda a sua beleza e diversidade. Mobilização para que a perspectiva de EA que vem sendo construída na resistência e na luta por liberdades democráticas e pelos direitos humanos fundamentais (e na compreensão de que não haverá sobrevivência possível para a nossa espécie e para todas as demais, se não estivermos profundamente comprometidos com a melhoria da qualidade de vida de cada humano que habita ou habitará este planeta, num exercício constante de solidariedade sincrônica e diacrônica que vai do mais próximo ao mais distante no espaço e no tempo), não seja excluída dos acordos que vão se estabelecendo entre países de língua inglesa e do seu campo de influência e países da Ásia e da Europa que aderiram mais rapidamente ao conceito de Educação para o
Desenvolvimento Sustentável. Mobilização para explicitarmos que a EA e todos os seus aprendizados, também quer contribuir para a construção de uma EDS que seja também um compromisso com a construção de Sociedades Sustentáveis. Mobilização para que a urgência do momento não seja pretexto para uma EA/EDS Pragmática que esquece princípios, valores, história e objetivos e os substitui por metas aparentemente operacionais e eficientes, mas que podem não ser eficazes e duradouras, contribuindo para a caminhada na direção de sociedades humanas sustentáveis. Por fim, mobilização que promova o diálogo includente na diversidade
para que as mudanças sejam sócio-culturais, econômicas, políticas, éticas e ambientais na direção de possibilitar a todos e a cada um a enunciação de seus sonhos e utopias e a negociação dos mesmos nos espaços políticos que os alimentam e por eles são alimentados. Não queremos mais, do mesmo modo de produção e consumo. Não queremos modificar para permanecer no mesmo lugar (de desigualdades fundamentadas em heranças, preconceitos, exploração, degradação humana e ambiental).

A oportunidade que esta crise coloca é a de enfrentarmos transformando todas as mazelas e iniqüidades produzidas pelo atual
modelo de desenvolvimento e de vida. Ou fazemos isto, temos disposição para fazer isto ou não conseguiremos o compromisso, responsabilidade e engajamento de todos com os cuidados que o planeta exige. Portanto, vamos convidar as agências das Nações Unidas em nossos países e região, para debaterem conosco todas as nossas expectativas em relação a Década.

Já que não pudemos fazer o balanço dos 30 anos de Tbilisi, em cada país, região e comunidade lingüística. Já que o próprio evento de Ahmedabad não dedicou tempo a isto, propomos que alguns eventos nos próximos anos, façam esta avaliação e que possamos, no balanço de meio termo da Década, em 2009, em Bonn ( segundo anunciaram na IV Conferência), ter um panorama do estado da arte no planeta e apontar alternativas para a Educação Ambiental seguir avante sua vocação de evocar as nossas melhores esperanças e ações por um mundo melhor.

Sugerimos os evento abaixo, como referência para esses debates:
 Foro de Ministros da AL e Caribe (janeiro/2008 debatendo o PLACEA);
 Foro Global de Ministros de Meio Ambiente (fevereiro de 2008, Mônaco);
 VI Fórum Brasileiro de EA (Rio de Janeiro, 2008);
 III Conferência Nacional de Meio Ambiente, adultos e infanto-juvenil
(2008/Brasil);
 Jornada de Avaliação do Tratado de Educação Ambiental para
Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global (fevereiro de
2009/Brasil);
 Avaliação de Metade da Década (Bonn/2009)
 II Conferência de EA dos Países de Língua Portuguesa e da Galícia
(Cabo Verde/2009 ) debatendo o Programa CPLP de Educação Ambiental;
 VI Congresso Ibero Americano de Educação Ambiental (2008 ou 2009/Argentina);
 Conferência Internacional Infanto-Juvenil pelo Meio Ambiente (2010/BR);
 Rio mais 20 (2012).

Nelas precisamos debater a democratização da Gestão Ambiental no Planeta e em cada região/país, criando condições de informação, tomada de decisão e educação para que todas possam participar e se comprometer com suas decisões. Vamos imprimir, disponibilizar eletronicamente e debater os vários documentos de subsídios para o aprimoramento das políticas públicas de Educação Ambiental. Vamos criar e/ou aprimorar as Sistemas Nacionais de Educação Ambiental e suas leis, programas, planos e estratégias Nacionais de Educação Ambiental, bem como regionais e locais, estabelecendo pactos de realização entre os seus distintos atores. Vamos dar continuidade às estratégias inclusivas pautadas pela perspectiva de uma Educação Ambiental permanente, continuada, articulada e com a totalidade dos humanos de cada base territorial de nossos países. No Brasil estamos diante do desafio de formarmos aproximadamente um milhão de educadores ambientais populares e de engajarmos a totalidade
das escolas em processos de educação ambiental. Um milhão de EAP que precisam de apoio continuado em seu próprio
processo de formação. Apoio descentralizado e incrementado por aproximadamente 300 Coletivos Educadores comprometidos com a formação, cada um de 200 educadores ambientais. Estes 60 mil educadores ambientais se responsabilizam pela formação de círculos (ou comunidades) de aprendizagem participativa sobre Meio Ambiente e Qualidade de Vida, envolvendo, entorno de 20 pessoas, cada um. As 170 mil escolas de ensino fundamental e médio, bem como as IES são convidadas, pelo processo das Conferências Nacionais Infanto-Juvenil pelo Meio Ambiente e por meio de outras atividades, a participarem para iniciarem e/ou fortalecerem as Comissões de Meio Ambiente e Qualidade de Vida (Com-Vidas) em cada Escola, realizando agendas XXI e
ações diversas de EA. Certamente os estados e municípios, as ONGs, associações de cidadania e movimento sociais, os sindicatos de trabalhadores e as instituições empresariais, desenvolvem inúmeros e bons projetos de EA. Todos precisam ser valorizados e apoiados para termos condições de fazer frente aos desafios que batem as nossas portas. Para isto precisamos
das articulações locais, com as Comissões Organizadoras das Agenda XXI, com os Municípios Educadores Sustentáveis , com as CIEAs e os Programas Estaduais, regionais e setoriais de EA, com os Coletivos Educadores e as Convidas, com as Redes de EA, para todos cooperarem na elaboração de projetos políticos e pedagógicos que potencializem as suas capacidades. Ahmedabad torna mais claro do que nunca que precisamos promover uma EA enraizada, capilarizada, comprometida e com o compromisso de todos e de cada uma das pessoas e ao mesmo tempo articulada regionalmente e com todos os países do Planeta.

GRUPO GAY APOIA BISPO DO RIO S.FRANCISCO  

Postado por Felipe Bruno Martins Fernandes

O GRUPO GAY DA BAHIA, sociedade civil de utilidade pública municipal e estadual, a mais antiga ONG em defesa dos direitos humanos dos homossexuais do Brasil, em obediência a seu Estatuto que prevê a defesa do  meio ambiente e do desenvolvimento sustável,  coerente com seu histórico de luta em defesa dos direitos humanos das minorias sociais, torna público seu apoio ao Bispo D.Luis Carlos Cappio em sua defesa da revitalização do Rio São Francisco, considerando que fidedignas  pesquisas indicam que a transposição deste rio,  além de seus gastos faraônicos que beneficiarão sobretudo as grandes empreiteiras,  oferece graves riscos ecológicos, sem  garantir o abastecimento de água e melhoria de vida da maior parte da população pobre do semi-árido nordestino.
 
Instigamos Que o Presidente Lula e os órgãos governamentais competentes interrompam imediatamente as obras em curso, até que novas e definitivas pesquisas sejam apresentadas sobre o real interesse deste projeto e a população brasileira seja consultada sobre a oportunidade ou não da realização desta obra.

Marcelo Cerqueira,
Presidente do Grupo Gay da Bahia
 
Luiz Mott,
Decano do Movimento Homossexual Brasileiro

Votos de melhoras para o Prof. Krischke  

Postado por Felipe Bruno Martins Fernandes


Ao Professor Paulo Krischke, os votos de saúde e de melhoras...
"You don´t develop courage by being happy in your relationships everyday. You develop it by surviving difficult times and challenging adversity". Epicurus

20 de dezembro de 2007: Matéria no jornal Zero Hora  

Postado por Felipe Bruno Martins Fernandes

América Latina

Uruguai reconhece união homossexual

País é a primeira nação latino-americana a regulamentar a união civil de casais do mesmo sexo. Projeto foi aprovado na terça-feira e só depende de sanção do presidente Tabaré Vázquez

Os ativistas homossexuais da América Latina tiveram uma vitória histórica na terça-feira. Apesar de sua tradição católica, o Uruguai será a primeira nação latino-americana a reconhecer legalmente a união civil de indivíduos do mesmo sexo.

A proposta, que passou pela Câmara dos Deputados uruguaia em 28 de novembro, foi aprovada por unanimidade no Senado na terça à noite e só espera agora a sanção do presidente Tabaré Vázquez para virar lei. A expectativa do movimento GLBT (Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transgêneros) uruguaio é de que o projeto entre em vigor ainda este ano.

A chamada "União Concubinária" reconhece e regula todas as relações estáveis entre pessoas que vivem juntas por mais de cinco anos, inclusive homossexuais. Segundo a sua autora, a senadora Margarita Percovich, o texto preenche importantes lacunas jurídicas, ao garantir aos casais gays os direitos à assistência recíproca, à união de bens e à herança e pensão, no caso de falecimento de um dos parceiros ou parceiras.

A decisão uruguaia criou a expectativa de que muitos cidadãos do Brasil - onde não é permitida a união civil de casais do mesmo sexo - partiriam ao país vizinho para se beneficiar da lei. Situação semelhante ocorreu na década de 70, quando muitos brasileiros divorciados foram para o Uruguai se casar novamente - o que não era permitido pela legislação do Brasil.

Direitos da lei uruguaia não valem no Brasil

Por aqui, não há previsão para a criação de uma lei regulamentando a união homossexual. Mesmo assim, ir para o Uruguai registrar a relação não é a melhor saída, diz a desembargadora gaúcha Maria Berenice Dias. Conforme ela, os direitos concedidos pela lei só valem em território uruguaio.

- A única vantagem é o registro de que a relação existe, mas isso também pode ser feito no Brasil - afirma.

O Rio Grande do Sul é um dos Estados com mais avanços no tema. Desde 2004, é permitido que casais do mesmo sexo registrem documentos sobre a relação em cartório. Assim, é possível fazer um contrato reconhecendo a união e determinando as obrigações e os direitos dos indivíduos. A existência de jurisprudência sobre o assunto também ajuda - há vários registros de que casais que já conseguiram na Justiça reconhecer a união homossexual.

O Uruguai foi o primeiro país a reconhecer o direito dos casais gays na América Latina, mas algumas cidades já têm leis nesse sentido. Estas, no entanto, são municipais, que garantem apenas direitos limitados aos casais gays. Na capital argentina, Buenos Aires, por exemplo, a união civil dá direito a herança e previdência, entre outros, desde 2003. Na Cidade do México, medida semelhante vale desde 2006.

Montevidéu
Vitória dos casais gays
O Uruguai será a primeira nação latino-americana a reconhecer legalmente a união civil de indivíduos do mesmo sexo:
O que determina o projeto
União concubinária
Situação em que duas pessoas, qualquer que seja o sexo, identidade ou orientação sexual, mantêm uma relação afetiva por mais de cinco anos de índole sexual, de caráter estável e sem estar unidas pelo matrimônio.
Alguns direitos
> Assistência recíproca
> União de bens
> Direito a herança e pensão em casos de falecimento do parceiro
Qual é a situação no Brasil
> Está engavetado no Congresso um projeto da então deputada Marta Suplicy (PT-SP), atualmente ministra de Turismo, regulamentando a união civil entre casais do mesmo sexo.
> O projeto é semelhante ao uruguaio, mas um adendo incluiu no texto um artigo que impede a adoção de uma criança pelo casal.
> O Rio Grande do Sul é um dos Estados brasileiros com mais avanços no tema.
> Decisão de 2004 da Justiça gaúcha permite que casais do mesmo sexo registrem documentos sobre a relação em cartório.
> Muitos casais homossexuais já conseguiram na Justiça o reconhecimento da união civil.
Casamento X união civil
> Muito influenciado por aspectos religiosos, o casamento é um ato formalizado com intervenção do Estado.
> A principal diferença está no direito à herança.
> No casamento, os bens do cônjuge falecido são divididos entre o cônjuge sobrevivente e os filhos do casal.
> Na união civil, parentes mais distantes, como primos, também entram na divisão dos bens.
zerohora.com
O Brasil deveria aprovar a união civil entre pessoas do mesmo sexo?

Enquete jornal Zero Hora: Uruguai aprova união civil gay  

Postado por Felipe Bruno Martins Fernandes

Nosso vizinho Uruguai é o mais novo a figurar em uma seleta lista de países em que as uniões civis gays são reconhecidas. A nova lei de união concubinária foi aprovada pelo senado uruguaio.

Pelo texto da nova lei, serão consideradas estáveis a união entre duas pessoas, não importando o sexo, por pelo menos 5 anos ininterruptos.

A lei estabelece ainda que os parceiros devem contribuir com os gastos da
casa, a considerar-se a situação financeira de cada um.

O Uruguai tornou-se, assim, o primeiro país da América Latina a legalizar a união civil entre gays a nível nacional.  

A ZERO HORA VEICULO ESTA NOTÍCIA E COLOCOU NO AR UM ENQUETE SOBRE A APROVAÇÃO DE LEI NO BRASIL.

Para votar vá em:  

http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default2.jsp?uf=1&local=1&source=a1713854.xml&template=3898.dwt&edition=8992&section=68

No final da matéria tem um LINK para votar - estamos ganhando com 71%.

VOTEM e divulguem!

Dama da Noite - de : Os Dragões Não Conhecem o Paraíso  

Postado por Felipe Bruno Martins Fernandes

Para Márcia Denser
 

"E sonho esse sonho que se estende
em rua, em rua em rua
em vão."

(Lucia Villares: Papos de Anjo)
 

Como se eu estivesse por fora do movimento da vida. A vida rolando por aí feito roda-gigante, com todo mundo dentro, e eu aqui parada, pateta, sentada no bar. Sem fazer nada, como se tivesse desaprendido a linguagem dos outros. A linguagem que eles usam para se comunicar quando rodam assim e assim por diante nessa roda-gigante. Você tem um passe para a roda-gigante, uma senha, um código, sei lá. Você fala qualquer coisa tipo bá, por exemplo, então o cara deixa você entrar, sentar e rodar junto com os outros. Mas eu fico sempre do lado de fora. Aqui parada, sem saber a palavra certa, sem conseguir adivinhar. Olhando de fora, a cara cheia, louca de vontade de estar lá, rodando junto com eles nessa roda idiota - tá me entendendo, garotão?
Nada, você não entende nada. Dama da noite. todos me chamam e nem sabem que durmo o dia inteiro. Não suporto: luz, também nunca tenho nada pra fazer - o quê? Umas rendas aí. É, macetes. Não dou detalhe, adianta insistir. Mutreta, trambique, muamba. Já falei: não adianta insistir, boy . Aprendi que, se eu der detalhe, você vai sacar que tenho grana e se eu tenho grana você vai querer foder comigo só porque eu tenho grana. E acontece que eu ainda sou babaca, pateta e ridícula o suficiente para estar procurando O verdadeiro amor. Pára de rir, senão te jogo já este copo na cara. Pago o copo, a bebida. Pago o estrago e até o bar, se ficar a fim de quebrar tudo. Se eu tô tesuda e você anda duro e eu precisar de cacete, compro o teu, pago o teu. Quanto custa? Me dil que eu pago. Pago bebida, comida, dormida. E pago foda também, se for preciso.
Pego, claro que eu pego. Pego sim, pego depois. É grande? Gosto de grande, bem grosso. Agora não. Agora quercì falar na roda. Essa roda, você não vê, garotão? Está por aí. rodando aqui mesmo. Olha em volta, cara. Bem do teu lado. Naquela mina ali, de preto, a de cabelo arrepiadinho. Tá bom, eu sei: pelo menos dois terços do bar veste preto e tem cabelo arrepiadinho, inclusive nós. Sabe que, se há uns dei anos eu pensasse em mim agora aqui sentada com você, eu não ia acreditar? Preto absorve vibração negativa, eu pensava. O contrário de branco, branco reflete. Mas acho que essa moçada tá mais a fim mesmo é de absorver, chupar até o fundo do mal - hein? Depois, até posso. Tem problema, não. Mas não é disso que estou falando agora, meu bem.
Você não gosta? Ah, não me diga, garotinho. Mas se eu pago a bebida, eu digo o que eu quiser, entendeu? Eu digo meu-bem assim desse jeito, do jeito que eu bem entender. Digo e repito: meu-bem-meu-bem-meu-bem. Pego no seu queixo a hora que eu quiser também, enquanto digo e repito e redigo meu-bem-meu-bem. Queixo furadinho, hein? Já observei que homem de queixo furadinho gosta mesmo é de dar o rabo. Você já deu o seu? Pelo amor de Deus, não me venha com aquela história tipo sabe, uma noite, na casa de um pessoal em Boiçucanga, tive que dormir na mesma cama com um carinha que. Todo machinho da sua idade tem loucura por dar o rabo, meu bem. Ascendente Câncer, eu sei: cara de lua, bunda gordinha e cu aceso. Não é vergonha nenhuma: tá nos astros, boy. Ou então é veado mesmo, e tudo bem.
Levanta não, te pago outra vodca, quer? Só pra deixar eu falar mais na roda. Você é muito garoto, não entende dessas coisas. Deixa a vida te lavrar a cara, antes, então a gente. Bicho, esquisito: eu ia dizer alma, sabia? Quer que eu diga? Tá bom, se você faz tanta questão, posso dizer. Será que ainda consigo, como é que era mesmo? Assim: deixa a vida te lavrar a alma, antes, então a gente conversa. Deixa você passar dos trinta, trinta e cinco, ir chegando nos quarenta e não casar e nem ter esses monstros que eles chamam de filhos, casa própria nem porra nenhuma. Acordar no meio da tarde, de ressaca, olhar sua cara arrebentada no espelho. Sozinho em casa, sozinho na cidade, sozinho no mundo. Vai doer tanto, menino. Ai como eu queria tanto agora ter uma alma portuguesa para te aconchegar ao meu seio e te poupar essas futuras dores dilaceradas. Como queria tanto saber poder te avisar: vai pelo caminho da esquerda, boy, que pelo da direita tem lobo mau e solidão medonha.
A roda? Não sei se é você que escolhe, não. Olha bem pra mim - tenho cara de quem escolheu alguma coisa na vida? Quando dei por mim, todo mundo já tinha decorado a tal palavrinha-chave e tava a mil, seu lugarzinho seguro, rodando na roda. Menos eu, menos eu. Quem roda na roda fica contente. Quem não roda se fode. Que nem eu, você acha que eu pareço muito fodida? Um pouco eu sei que sim, mas fala a verdade: muito? Falso, eu tenho uns amigos, sim. Fodidos que nem eu. Prefiro não andar com eles, me fazem mal. Gente da minha idade, mesmo tipo de. Ia dizer problema, puro hábito: não tem problema. Você sabe, um saco. Que nem espelho: eu olho pra cara fodida deles e tá lá escrita escarrada a minha própria cara fodida também, igualzinha à cara deles. Alguns rodam na roda, mas rodam fodidamente. Não rodam que nem você. Você é tão inocente, tão idiotinha com essa camisinha Mr. Wonderful. Inocente porque nem sabe que é inocente. Nem eles, meus amigos fodidos, sabem que não são mais. Tem umas coisas que a gente vai deixando, vai deixando, vai deixando de ser e nem percebe. Quando viu, babau, já não é mais. Mocidade é isso aí, sabia? Sabe nada: você roda na roda também, quer uma prova? Todo esse pessoal da preto e cabelo arrepiadinho sorri pra você porque você é igual a eles. Se pintar uma festa, te dão um toque, mesmo sem te conhecer. Isso é rodar na roda, meu bem.
Pra mim, não. Nenhum sorriso. Cumplicidade zero. Eu não sou igual a eles, eles sabem disso. Dama da noite, eles falam, eu sei. Quando não falam coisa mais escrota, porque dama da noite é até bonito, eu acho. Aquela flor de cheiro enjoativo que só cheira de noite, sabe qual? Sabe porra: você nasceu dentro de um apartamento, vendo tevê. Não sabe nada. fora essas coisas de vídeo, performance, high-tech, punk, dark. computador, heavy-metal e o caralho. Sabia que eu até vezenquando tenho mais pena de você e desses arrepiadinhos de preto do que de mim e daqueles meus amigos fodidos? A gente teve uma hora que parecia que ia dar certo. Ia dar, ia dar. sabe quando vai dar? Pra vocês, nem isso. A gente teve a ilusão, mas vocês chegaram depois que mataram a ilusão da gente. Tava tudo morto quando você nasceu, boy, e eu já era puta velha. Então eu tenho pena. Acho que sou melhor, sei porque peguei a coisa viva. Tá bom, desculpa, gatinho. Melhor, melhor não. Eu tive mais sorte, foi isso? Eu cheguei antes. E até me pergunto se não é sorte também estar do lado de fora dessa roda besta que roda sem fim, sem mim. No fundo, tenho nojo dela - você?
Você não viu nada, você nem viu o amor. Que idade você tem, vinte? Tem cara de doze. Já nasceu de camisinha em punho, morrendo de medo de pegar Aids. Vírus que mata. neguinho, vírus do amor. Deu a bundinha, comeu cuzinho. pronto: paranóia total. Semana seguinte, nasce uma espinha na cara e salve-se quem puder: baixou Emílio Ribas. Caganeira, tosse seca, gânglios generalizados. Õ boy, que grande merda fizeram com a tua cabecinha, hein? Você nem beija na boca sem morrer de cagaço. Transmite pela saliva, você leu em algum lugar. Você nem passa a mão em peito molhado sem ficar de cu na mão. Transmite pelo suor, você leu em algum lugar. Supondo que você lê, claro. Conta pra tia: você lê, meu bem? Nada, você não lê nada. Você vê pela tevê, eu sei. Mas na tevê também dá, o tempo todo: amor mata amor mata amor mata. Pega até de ficar do lado, beber do mesmo copo. Já pensou se eu tivesse? Eu, que já dei pra meia cidade e ainda por cima adoro veado.
Eu sou a dama da noite que vai te contaminar com seu perfume venenoso e mortal. Eu sou a flor carnívora e noturna que vai te entontecer e te arrastar para o fundo de seu jardim pestilento. Eu sou a dama maldita que, sem nenhuma piedade, vai te poluir com todos os líquidos, contaminar teu sangue com todos os vírus. Cuidado comigo: eu sou a dama que mata, boy. Já chupou buceta de mulher? Claro que não, eu sei: pode matar. Nem caralho de homem: pode matar. Já sentiu aquele cheiro molhado que as pessoas têm nas virilhas quando tiram a roupa? Está escrito na sua cara, tudo que você não viu nem fez está escrito nessa sua cara que já nasceu de máscara pregada. Você já nasceu proibido de tocar no corpo do outro. Punheta pode, eu sei, mas essa sede de outro corpo é que nos deixa loucos e vai matando a gente aos pouquinhos. Você não conhece esse gosto que é o gosto que faz com que a gente fique fora da roda que roda e roda e que se foda rodando sem parar, porque o rodar dela é o rodar de quem consegue fingir que não viu o que viu. O boy, esse mundo sujo todo pesando em cima de você, muito mais do que de mim e eu ainda nem comecei a falar na morte...
Já viu gente morta, boy? É feio, boy. A morte é muito feia, muito suja, muito triste. Queria eu tanto ser assim delicada e poderosa, para te conceder a vida eterna. Queria ser uma dama nobre e rica para te encerrar na torre do meu castelo e poupar você desse encontro inevitável com a morte. Cara a cara com ela, você já esteve? Eu, sim, tantas vezes. Eu sou curtida, meu bem. A gente lê na sua cara que nunca. Esse furinho de veado no queixo, esse olhinho verde me olhando assim que nem eu fosse a Isabella Rossellini levando porrada e gostando e pedindo eat me eat me, escrota e deslumbrante. Essa tontura que você está sentindo não é porre, não. É vertigem do pecado, meu bem, tontura do veneno. O que que você vai contar amanhã na escola, hein? Sim, porque vocé ainda deve ir à escola, de lancheira e tudo. Já sei: conheci uma mina meio coroa, porra-louca demais. Cretino, cretino, pobre anjo cretino do fim de todas as coisas. Esse caralhinho gostoso aí, escondido no meio das asas, é só isso que você tem por enquanto. Um caralhinho gostoso, sem marca nenhuma. Todo rosadinho. E burro. Porque nem brochar você deve ter brochado ainda. Acorda de pau duro, uma tábua, tem tesão por tudo, até por fechadura. Quantas por dia? Muito bem, parabéns: você tá na idade. Mas anota aí pro teu futuro cair na real: essa sede, ninguém mata. Sexo é na cabeça: você não consegue nunca. Sexo é só na imaginação. Você goza com aquilo que imagina que te dá o gozo, não com uma pessoa real, entendeu? Você goza sempre com o que tá na sua cabeça, não com quem tá na cama. Sexo é mentira, sexo é loucura, sexo é sozinho, boy.
Eu, cansei. Já não estou mais na idade. Quantos? Ah, você não vai acreditar, esquece. O que importa é que você entra por um ouvido meu e sai pelo outro, sabia? Você não fica. você não marca. Eu sei que fico em você, eu sei que marco você. Marco fundo. Eu sei que, daqui a um tempo, quando você estiver rodando na roda, vai lembrar que, uma noite. sentou ao lado de uma mina louca que te disse coisas, que te falou no sexo, na solidão, na morte. Feia, tão feia a morte, boy. A pessoa fica meio verde, sabe? Da cor quase assim desse molho de espinafre frio. Mais clarinho um pouco, mas isso nem é o pior. Tem uma coisa que já não está mais ali, isso é o mais triste. Você olha, olha e olha e o corpo fica assim que nem uma cadeira. Uma mesa, um cinzeiro, um prato vazio. Uma coisa sem nada dentro. Que nem casca de amendoim jogada na areia, é assim que a gente fica quando morre, viu, boy? E você, já descobriu que um dia também vai morrer?
Dou, claro. Ficou nervosinho, quer cigarro? Mas nem fumar você fuma, o quê? Compreendo, compreendo sim, eu compreendo sempre, sou uma mulher muito compreensiva. Sou tão maravilhosamente compreensiva e tudo que, se levar você pra minha cama agora e amanhã de manhã você tiver me roubado toda a grana, não pense que 7vou achar você um filho da puta. Não é o máximo da compreensão? Eu vou achar que você tá na sua, um garotinho roubando uma mulher meio pirada, meio coroa, que mexeu com sua cabecinha de anjo cretino desse nojento fim de todas as coisas. Tá tudo bem, é assim que as coisas são: ca-pi-ta-lis-tas, em letras góticas de neon. Mulher pirada e meio coroa que nem eu tem mais é que ser roubada por um garotinho ïmbecil e tesudinho como você. Só pra deixar de ser burra caindo outra vez nessa armadilha de sexo.
Fissura, estou ficando tonta. Essa roda girando girando sem parar. Olha bem: quem roda nela? As mocinhas que querem casar, os mocinhos a fim de grana pra comprar um carro, os executivozinhos a fim de poder e dólares, os casais de saco cheio um do outro, mas segurando umas. Estar fora da roda é não segurar nenhuma, não querer nada. Feito eu: não seguro picas, não quero ninguém. Nem você. Quero não, boy. Se eu quiser, posso ter. Afinal, trata-se apenas de um cheque a menos no talão, mais barato que um par de sapatos. Mas eu quero mais é aquilo que não posso comprar. Nem é você que eu espero, já te falei. Aquele um vai entrar um dia talvez por essa mesma porta, sem avisar. Diferente dessa gente toda vestida de preto, com cabelo arrepiadinho. Se quiser eu piro, e imagino ele de capa de gabardine, chapéu molhado, barba de dois dias, cigarro no canto da boca, bem noir. Mas isso é filme, ele não. Ele é de um jeito que ainda não sei, porque nem vi. Vai olhar direto para mim. Ele vai sentar na minha mesa, me olhar no olho, pegar na minha mão, encostar seu joelho quente na minha coxa fria e dizer: vem comigo. É por ele que eu venho aqui, boy, quase toda noite. Não por você, por outros ecmo você. Pra ele, me guardo. Ria de mim, mas estou aqui parada, bêbada, pateta e ridícula, só porque no meio desse lixo todo procuro o verdadeiro amor. Cuidado, comigo: um dia encontro.
Só por ele, por esse que ainda não veio, te deixo essa grana agora, precisa troco não, pego a minha bolsa e dou a fora já. Está quase amanhecendo, boy. As damas da noite recolhem seu perfume com a luz do dia. Na sombra, sozinhas. envenenam a si próprias com loucas fantasias. Divida essa sua juventude estúpida com a gatinha ali do lado, meu bem. Eu vou embora sozinha. Eu tenho um sonho, eu tenho um destino, e se bater o carro e arrebentar a cara toda saindo daqui. continua tudo certo. Fora da roda, montada na minha loucura. Parada pateta ridícula porra-louca solitária venenosa. Pós-tudo, sabe como? Darkérrima, modernésima, puro simulacro. Dá minha jaqueta, boy, que faz um puta frio lá fora e quando chega essa hora da noite eu me desencanto. Viro outra vez aquilo que sou todo dia, fechada sozinha perdida no meu quarto, longe da roda e de tudo: uma criança assustada.

Revista Texto & Contexto Enfermagem recebe trabalhos sobre o tema “Mulher, saúde e enfermagem”  

Postado por Felipe Bruno Martins Fernandes

26-12-2007 13:37:07
 
A Revista Texto & Contexto Enfermagem, classificada na categoria Internacional B, pelo Sistema de Avaliação de Periódicos da CAPES, está recebendo manuscritos sobre o tema "Mulher, saúde e enfermagem" até o dia 15 de janeiro.

O tema será abordado no número 3, do volume 17, edição de julho/setembro de 2008. As normas para submissão de artigos encontram-se atualizadas no site www.textoecontexto.ufsc.br/

Informações adicionais também podem ser obtidas, pelo e-mail: textoecontexto@nfr.ufsc.br ou pelos telefones (48)3721-9399 ou 3721-9787.

 

Influencias dos Orixás para o ano de 2008.  

Postado por Felipe Bruno Martins Fernandes

Através da Umbanda Astrológica.
O ano de 2008 trará a regência do Odú Ìrosùn Méjì que rege a casa 4 do jogo Ifá. Este Odú é regido por Oxossi com as influencias de Xangô, Iansã e Egum. Este Odú trará as pessoas mais generosidade, sinceridade, sensibilidade, intuição e um toque de misticismo. Os aspectos negativos desse aspecto é um possível aumento das traições amorosas que os homens podem sofrer nesse ano. No entanto isso ocorrera onde não houver um amor verdadeiro. A também o aspecto negativo através do perigo de se aumentar os acidentes durante o ano de 2008.
Algumas pessoas que tiverem mal com esse Odú poderão sofrer calunias e perseguição de inimigos entre esses possíveis estão os Capricornianos, Taurinos e Virginianos que são signos de Terra.
Este Odú também provoca nesse ano de 2008 muitos problemas na área digestiva. Portanto todos os que têm problemas estomacais devem cuidar muito bem da alimentação, pois os problemas podem aumentar nesse ano, especialmente os piscianos, cancerianos e escorpianos.
Esse Odú favorece mais às mulheres que poderão inserir muitas mudanças no lar em 2008, também devem ocorrer muitas uniões, casamentos e libertação das mulheres que se sentem prisioneiras, as quais darão um novo rumo as suas vidas.
Xangô, Iansã e Iemanjá vão favorecer ao sistema financeiro brasileiro e as empresas de grande porte, especialmente as da área de construção civil que poderão ter lucros enormes em 2008.
Já Egum lança sobre o Brasil uma onda de medo muito grande, podendo haver um enorme aumento da violência, roubos, seqüestros, estupros e homicídios, que deixarão as autoridades muito ocupadas e a população revoltada com a ineficiência dos poderes. Por isso o povo exigira medidas mais firmes e mudanças nas leis.
Rezemos para que Iansã controle às más influências de Egum, já que ela possui um chicote com muito poder capaz de dominar os Eguns.
Oxossi favorece aos músicos e aparecerão novos fenômenos. As turnês internacionais estarão favorecidas e as artes em geral. Já Iansã proporciona um bom aumento de emprego abrindo e ampliando as vagas pras mulheres em todas as áreas inclusive na política, podendo revelar muitas prefeitas.
 
pela Astrologia
vai reger a Roda da Fortuna. Nela temos a seguinte formação: uma Sacerdotisa descendo, a Justiça na parte de cima da roda e um arcano 10 em movimento de subida. Essa configuração nos mostra que a Justiça vai agir em 2008, sob influencia do arcano 2 (passado), atuando como prisma, e refletindo as mudanças ressentes na sociedade brasileira. Esta Papisa se encontra invertida, pois está em queda livre e amplifica a influencia feminina do Arcano da Justiça, assim mostra que a petulância dos poderosos torna-se em mera presunção e as mulheres podem fortificar-se em todos os níveis de poder, pois aquele antigo símbolo feminino fica a cada dia mais pra traz. Isso se reflete também na política e mostra que influencia só com poder não basta e é necessário sim respeitar a Justiça, o povo e a Moral. Sendo assim a Justiça brasileira tende a se deixar levar também pelas emoções ficando mais ao lado do povo e não mais dos poderosos e este pode ser um ano onde muitas mudanças podem ocorrer e poderosos caírem, pois a Roda da Fortuna se direciona ao topa justamente pra isso. Os brasileiros tendem a avaliar melhor os candidatos nas próximas eleições e assim não se deixando levar apenas por uma imagem superficial.
O Arcano 8 agindo pelo reflexo do Arcano 10 que se eleva, tende a buscar ampliar a justiça social e muitas mudanças podem ocorrer na política e na religião. A economia poderá não crescer o esperado pela influencia do Ermitão na casa 2 em seqüência do arcano 8, como casa 1, mas com certeza poderá haver aprimoramentos e maior distribuição de renda para os pobres. A Educação poderá trazer melhorias para os professores com mudanças importantes e o comercio tende a ter um ano favorável internamente, mas pode haver déficit na balança comercial, por turbulência e mau desempenho do comercio exterior, talvez por desentendimento com os vizinhos, impasse nas negociações sobre as barreiras comerciais, ou por perdas e prejuízos de grandes e importantes empresas brasileiras.
A Torre regendo a casa 9 traz ainda um ano de crise aérea, queda no turismo e prejuízos aos exportadores de frutas e alimentos. Já a casa 10 símbolo do governo e do poder tem a Estrela, mas numa posição invertida e mal com o Arcano 10, esta configuração traz ao governo o não cumprimento de metas e decepção por não ver o esperado acontecer. Traz ainda por meio da ação do Arcano 10 atuando num prisma sob o Arcano 8, uma grande insatisfação popular e grande empenho da Mídia em desvendar coisas ocultas e contradições no governo serão constantes com grande ineficiência da assessoria do governo em passar as informações para o povo. Assim noticias e informações rodam e mudam a todo o momento (Arcano 10 na casa 3).
A agricultura terá grande força, mas passara também por muitos flagelos. No entanto terá uma atenção maior do governo do que em 2007 (Arcano 17 na casa 10). Alem disso os representantes do campo estarão atentos e atuantes pra cobrar o governo (Arcano 11 na casa 4). Os esportes têm que ser mais bem administrado no ano de 2008, alguns clubes precisam mudar sua diretoria e pensar melhor seu rumo e suas metas, mas o calvário de alguns clubes continua (o Enforcado na casa 5).
Pode haver mudanças na área do trabalho e algumas perdas para a classe trabalhadora, mas poderá começar um novo ciclo de emprego com a reestruturação de empresas importantes e o setor que mais empregara será o da Construção Civil (Arcano 13 na casa 6).
Poderá haver um equilíbrio muito grande entre as famílias que tem boa estrutura e aumentar o numero de uniões estáveis no país. Algumas empresas podem optar por se fundir com outra e crescer muito, alem de aumentar o numero de associações (Arcano 14 na casa 7). Já a violência tende a ser muito cruel e o numero de crimes, roubos e seqüestros tendem a aumentar. Alem disso a impressão de insegurança tende a gerar muito medo nas pessoas. Também pode haver muitos estupros e aumento da pedofilia e prostituição infantil (Arcano 15 na casa 8). Na área da saúde, pode ser muito grande o numero de internações com possíveis aumentos de acidentes e da violência, podendo ocorrer muitos óbitos (Arcano 13 na casa 6).

Mães Sem Fronteiras  

Postado por Felipe Bruno Martins Fernandes


Foto de minha mãe (com a bolsa do Seminário Homofobia), Erick Quesada, outra madre sem fronteira e um companheiro do movimento LGBTTT do Peru. Em Montevidéu (2007), durante a Conferência das "madres sin fronteras".

A ética persiste mais entre os sujeitos abandonados do que no próprio Estado  

Postado por Felipe Bruno Martins Fernandes

Anexo Idéias - A Notícia
Domingo 23/12/2007
 
Companhia de cela

A ética persiste mais entre os sujeitos abandonados do que no próprio Estado

Héctor Ricardo Leis
Samantha Buglione

    Não é de hoje que a existência de uma pseudocidadania no Brasil, que insiste em construir sujeitos de diferentes categorias, parece ter se tornado a regra por aqui. Algo sintomático da nossa política do compadrio que permite privilégios aos amigos e rigores demasiados ao "zé-ninguém", ainda mais se o "zé" for uma "maria".
    A ausência de tratamento adequado às mulheres, ainda mais as criminosas, é marca dessa lógica e fato histórico. Como também é nossa marca a resistência em reconhecer devidamente a autonomia das mulheres; tema espinhoso e delicado, principalmente quando relacionado à reprodução e sexualidade. Por exemplo: o direito ao aborto voluntário incomoda não por uma hipotética violação à vida, mas porque dá poder às mulheres ao respeitar sua liberdade. E, cá entre nós, não se dá poder a alguém de segunda categoria. Isso é tão marcante que é mais fácil para as instituições públicas e para a sociedade brasileira em geral reconhecer direitos e interesses de seres não-nascidos a reconhecer os direitos das mulheres: veja o exemplo do Estatuto do Nascituro (ser que ainda há de nascer).
    O paradoxo é que a defesa do feto como pessoa é apenas um ponto de vista entre muitos, e defendê-lo só é possível num regime de liberdade de expressão. É como se preteríssemos corromper o próprio sistema a permitir a efetiva realização da dignidade e da liberdade das mulheres.
Uma boa metáfora para compreender a política do Estado brasileiro, tratando-se de temas que envolvem a liberdade e a dignidade das mulheres, é a do "estado de natureza". Na ausência do Estado, vale a lógica do "cada um por si" – ou do "Deus por todos", para os que crêem. O problema é que o "estado de natureza" da política brasileira não é fruto de descuido, mas é política institucionalizada. A tragédia dos fatos denunciados na imprensa sobre a adolescente encarcerada no Pará é a mesma das mortes de mulheres por aborto inseguro. Ambas decorrem de uma prática que se caracteriza pela ausência e abandono às cidadãs brasileiras. Em ambos os casos, seja na prisão de mulheres com homens, seja na criminalização do aborto voluntário, observa-se a imposição de limites à dignidade das mulheres. A discriminação institucionalizada às mulheres pobres é cruel e é igualmente oficial à pena sobre a alma e o corpo.
    Uma pena que se paga com a integridade física e moral e com a própria vida. Não nos esqueçamos de que no Brasil a nossa cordialidade sempre permitiu que alguns poucos ultrapassassem a linha da ilegalidade, do crime e dos maus- tratos, principalmente quando o tema é aborto. É a cordialidade da cela especial ou da liberdade exercida no exterior que diferencia, legalmente, as brasileiras. No caso do aborto, o princípio penal da extraterritorialidade condicionada (artigo 7, II, § 2º, 'b', Código Penal) permite às mulheres com condições econômicas e acesso à informação praticar aborto no exterior sem violar a norma penal brasileira. Afinal, só é crime aqui se também o for no País onde o ato foi praticado.
Em outras palavras, no Brasil é possível pagar, sim, pela liberdade.
    Além disso, dessa discriminação institucional, o Estado brasileiro introduz deliberadamente um "estado de natureza", no qual a troca sexual se torna moeda e condição para a sobrevivência, como para a adolescente no Pará, e a vulnerabilidade vira sentença de morte pelo aborto voluntário. A ausência do reconhecimento de direitos e de políticas públicas se tornou a política estatal. Essa "microfísica do poder" invertida – do controle do Estado a partir do descontrole social – gera uma tragédia sem drama, à medida que a história é substituída pela natureza, onde impera a lógica do mais forte, e se torna impossível a aprendizagem dos indivíduos como cidadãos. O "Deus por todos" marca a lógica do desamparo.
    Quando a prática de colocar mulheres sozinhas em celas masculinas se legitima em argumentos de falta de estrutura, recurso e pessoal, o descaso institucional virou a regra. E é como se a condição de criminosa da mulher justificasse e chancelasse a violência e a sua própria morte. As mulheres em celas de homens e a morte por aborto de mulheres pobres são reflexos da institucionalização do salve-se quem puder (pagar). O mais surpreendente é que o cuidado à mulher que sangra do aborto inseguro e a denúncia à violência da menina presa não surgem do Estado ou dos seus atores e representantes. Fica evidente que, no Brasil, os sentimentos de compaixão parecem sobreviver melhor nesse "estado de natureza", nessa ética do desamparo, do que no próprio Estado de direito. É uma outra mulher que socorre a mulher que sangra, é um preso homem que denuncia os maus-tratos à menina presa.
    Diante desse quadro, é forçoso concluir que a ética abunda mais entre os brasileiros no abandono do que no Estado. Em termos de democracia, a crise do Estado brasileiro nunca foi maior. Se por um acaso ele sumisse do planeta, por certo nossos problemas continuariam. Mas nossa tragédia recuperaria o drama e saberíamos, talvez, pelo que lutar.

Héctor Ricardo Leis é professor de ciência política na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Samantha Buglione é professora de direito na Univali de São José, doutoranda em ciências humanas na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e diretora do Instituto Antígona – www.antigona.org.br.

Triângulo amoroso gay excita os franceses  

Postado por Felipe Bruno Martins Fernandes

Annick Geille fala de namoro com a escritora Françoise Sagan, e outros parceiros, e reacende nostalgia em relação à antiga liberdade sexual e glória literária do país

Matthew Campbell

Uma ex-editora de revista está provocando furor nos círculos literários parisienses com um livro de memórias expondo o 'triângulo amoroso' que ela manteve com Françoise Sagan e o namorado da famosa escritora. O relacionamento entre Annick Geille, ex-editora da Playboy francesa, e a voluntariosa e errante Sagan era um segredo aberto em Paris. O primeiro relato detalhado sobre o caso provocou nostalgia entre os literatos, saudosos da época em que os escritores franceses eram aclamados mundialmente e pareciam ter vidas muito mais excitantes.

'Destas belas páginas exala o estranho perfume de um tempo perdido para sempre', escreveu um crítico sobre o livro de Geille, Un Amour de Sagan (Pauvert, 255 págs., R$ 81,36, somente em francês). A história poderia ter saído de um livro escrito pela própria Sagan: Geille queria que ela escrevesse um conto para sua revista, mas a secretária da escritora respondeu que isso seria 'muito, muito caro'. Quando Geille foi visitá-la, Sagan a convidou para seu quarto e a embebedou com vodca. 'Não nos desgrudamos durante meses - até mesmo anos', escreve Geille, que enfrentava um processo de divórcio quando as duas se conheceram.

'Tinha um quarto na casa dela e, pela manhã, vestia seu roupão.' Geille sentiu uma paixão instantânea por esta 'frágil mulher que cheirava a baunilha e cigarros de menta'. A atração era mútua. 'Ninguém jamais vai magoá-la de novo', disse a ela Sagan, duas vezes divorciada, no primeiro encontro. 'Tudo ficará bem. Eu raramente me engano sobre as pessoas.' No segundo encontro, não muito depois, Geille perguntou a Sagan se ela acreditava no amor. 'Está brincando?', respondeu Sagan. 'Acredito na paixão. Em nada mais. Não mais que dois anos. Ou talvez três.' Mas as coisas estavam complicadas na família de Sagan. A autora, que ganhou fama mundial ao publicar seu primeiro livro, Bom Dia, Tristeza, aos 18 anos, já tinha uma namorada. A estilista Peggy Roche passava a maior parte de seu tempo com ela.

Como se não bastasse, Sagan também tinha um namorado, que era casado. Bernard Frank, ensaísta obcecado por leitura e comida, aparentemente passava a maior parte do tempo no sul da França e ligava tão pouco para as convenções quanto Sagan.

'Casais são entediantes, não acha?', Sagan perguntou a Geille logo depois de conhecê-la. 'Fazer parte de um casal não os impediu (Roche e Frank) de ter relacionamentos com outras pessoas e isso não interferiu em meu trabalho ou minha liberdade.' Um dia Geille estava jantando com Frank e imaginou que fazia sexo com ele. 'Eu não cederia logo, seria excitante', escreveu. 'Françoise não diria nada, ela era totalmente favorável à livre circulação dos desejos, à sua liberdade imprevisível.' Naquela noite, eles tomaram drinques na casa de Sagan. Ela acabava de voltar de uma viagem com Roche. As mulheres pareciam perceber que Geille e Frank sentiam atração um pelo outro. 'Assim que percebeu o que estava acontecendo entre eu e ele, Peggy pareceu radiante', escreveu Geille. 'Ela disse: 'Agora você faz parte da família.'' Esse tipo de triângulo amoroso elaborado, cruzando os gêneros - mostrado por François Truffaut no filme cult Jules e Jim -, faz parte da mitologia cultural francesa. Por isso, o grande sucesso do livro de Geille não surpreende. Un Amour de Sagan, escreveu a revista Paris Match, tem 'alto valor literário. (...) Nas mãos de um narrador mais ingrato, o material teria caído na vulgaridade ou no sensacionalismo.' Os franceses, ao que parece, são fortemente nostálgicos - não apenas em relação à antiga glória literária, mas também à liberdade sexual representada por Sagan, que é tema de um longa-metragem francês que estreará em breve.

Além de sua vida amorosa não convencional, ela gostava de drogas e carros velozes e dava maços de dinheiro para mendigos. A saúde frágil evitou que Sagan comparecesse a um julgamento por fraude fiscal em 2002. Ela foi condenada a 12 meses de prisão com sursis.

Apelidada pelo escritor François Mauriac de 'monstrinha charmosa', Sagan foi acolhida nos Estados Unidos pelo escritor Truman Capote e pela atriz Ava Gardner. Quando ela morreu de embolia pulmonar em 2004, o site do Ministério da Cultura francês publicou um obituário extraordinariamente lírico: 'Ela guiava seu Jaguar descalça e queimava seu dinheiro em clubes noturnos de St.-Tropez. Desafiava a própria vida ao ser indulgente em seus prazeres, que acabaram por matá-la.' Dois anos depois da morte de Sagan, Frank morreu de ataque cardíaco quando jantava num restaurante em Paris. Sua mulher disse que ele discutia sobre política quando morreu. Roche já havia morrido de câncer. Quanto a Geille, ela deve ter aprendido alguma coisa com Sagan. Ela é hoje uma escritora de sucesso.