Adoção | ||||||||||||
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Participe: » Opine sobre o assunto Veja também: » Juliano passa Natal com seus dois pais » Não existe idade ideal para revelar adoção » Como proceder para adotar um filho? Para a psicanalista Elisabeth Zambrano, essas famílias homoparentais existem de fato, já são uma realidade, e o Direito tem mais é que contemplá-las. Mas por que há tanta resistência à idéia de dois homens ou duas mulheres criarem saudavelmente uma criança? Elizabeth faz doutorado em Antropologia Social na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, tendo como tema o direito à homoparentalidade. "Sempre houve uma pressuposição de que não seria 'saudável' para a criança e que não havia estudos a respeito", mas a pesquisa mostrou que há estudos desde 1973, pelo menos, que foram ignorados. As principais fantasias usadas como argumentos contrários à homoparentalidade - "a criança terá mais probabilidade de ter doenças mentais como a depressão, a criança será homossexual também, a criança será abusada pelos pais, a criança sofrerá preconceito" - não são comprovadas por estes estudos. Há quem invoque Deus, para dizer que a homossexualidade (e, por extensão, a homoparentalidade) 'não é normal' ou 'é contra as leis de Deus'. Religião, já diz o ditado, não se discute. Mas como o Brasil é um Estado laico, juridicamente estes argumentos não têm validade. E esta argumentação, com um fundo moral e religioso, "é do mesmo tipo que foi usado contra o divórcio, por exemplo", diz Zambrano. "As pessoas se dão o direito de ditar regras, como se família fosse apenas um pai, uma mãe e seus filhos", completa. Mas o que a realidade nos mostra são famílias compostas por duas mães e seus filhos, dois pais e seus filhos, irmãos que atuam como pais, crianças criadas por parentes como avós ou tios, por vizinhos, criando irmãos menores, e muitas outras combinações. A psicanalista destaca que "preconceito, sim, a criança sofrerá, mas como qualquer outro integrante de um grupo socialmente marginalizado". Ou seja, é absolutamente necessário lutar contra o preconceito. "Essa visão social que exclui e marginaliza é que deve ser mudada", defende. A advogada Sylvia Maria Mendonça do Amaral ressalta que adoção por casais homossexuais é matéria polêmica e as decisões favoráveis na Justiça brasileira ainda são poucas. "A prática é que um dos parceiros adote a criança, como solteiro, e passe a conviver com ela juntamente com seu companheiro. Essa prática, por ser a mais viável, tem sido a mais mais utilizada", explica, em comunicado de sua assessoria. Uma criança precisa de amor, dedicação, alguém que lhe dê as condições para crescer saudável, tendo seus direitos e deveres observados e respeitados. Abra um jornal: todos os dias crianças são maltratadas, inúmeras vezes por seus próprios pais e mães - e eles não são homossexuais. Na hora da adoção, o que deve ser observado é se os postulantes têm ou não condições de oferecer à criança que desejam um ambiente en que ela possa se desenvolver de forma saudável e completa. Zambrano é categórica: "a paternidade ou maternidade não deve ser baseada na sexualidade". | ||||||||||||
Redação Terra |
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on quarta-feira, janeiro 24, 2007
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