Pauta - 17/08/2007 20h22
Parecer sobre aborto deve ficar pronto até dezembro
Gilberto Nascimento
Mudalen recebeu dezenas de sugestões pela internet durante chat que debateu o aborto.
Além de representantes da sociedade civil, o relator quer ouvir o ministro da Saúde, José Gomes Temporão. "Estamos trazendo especialistas para falar a respeito e devemos trazer também o ministro Temporão, que levantou esse tema. Essa matéria tramita desde 1991 e nós vamos entregar o relatório até o fim deste semestre", informou.
Crime hediondo
Diante da complexidade do tema, os 17 projetos de lei foram divididos em cinco grupos, com matérias que propõem desde a descriminalização do aborto até o endurecimento das penas para quem o pratica. O deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), por exemplo, é autor de um projeto (PL 7443/06) que classifica o aborto como crime hediondo.
"A discussão maior é se vai ou não vai haver a descriminalização, e não o tipo de pena. Eu defendo a tese de que o aborto é um assassinato, um crime, e torná-lo um crime hediondo será a conseqüência natural. Por isso, tenho muita esperança na aprovação do projeto", ressaltou.
Direito da mulher
Já para a deputada Cida Diogo (PT-RJ), o aborto precisa deixar de ser visto como crime para que o País passe a enfrentar esse grave problema de saúde pública. "Infelizmente, há concepções muitas vezes baseadas em questões fundamentalistas e religiosas que não reconhecem o fato de termos, hoje, milhares de mulheres morrendo sem necessidade", argumentou. "Nós temos feito um debate na Comissão de Seguridade e tentado mostrar, principalmente, o lado da saúde pública e do direito humano da mulher", acrescentou.
Cida Diogo é autora de um projeto de lei (PL 660/07) que descriminaliza o aborto em caso de anomalia grave e incurável do feto que implique a impossibilidade de vida fora do útero. Segundo ela, o Judiciário já vem admitindo a interrupção voluntária da gravidez nesses casos, como forma de poupar a mulher do sofrimento emocional e físico.
Regra atual
A interrupção voluntária da gravidez só é admitida no Brasil em caso de estupro ou de risco de morte da gestante. Porém, o Ministério da Saúde aponta o aborto clandestino como a quarta maior causa de mortes maternas no País. Por ano, o SUS atende 240 mil mulheres para tratar de complicações decorrentes de aborto ilegal.
Veja o chat realizado com o deputado Mudalen sobre o aborto
Íntegra da proposta:
- PL-7443/2006
- PL-660/2007
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Reportagem - José Carlos Oliveira/Rádio Câmara
Edição - João Pitella Junior
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on domingo, agosto 19, 2007
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