PROFISSIONAL 23.08.2007 - 07:30 DataFolha  

Postado por Felipe Bruno Martins Fernandes


A pesquisa mostra que não é apenas a maioria da população em geral que discorda do juiz. Entre os paulistanos que afirmam ter muito interesse por futebol e entre os torcedores dos quatro maiores times paulistas, a opinião de que homossexuais podem jogar futebol profissionalmente também é compartilhada pela maioria. Entre os que dizem ter muito interesse por futebol, 81% acham que homossexuais podem praticar o esporte profissionalmente. Essa taxa é de 78% entre os que têm um pouco de interesse e de 79% entre os que afirmam não ter qualquer interesse por futebol. Ou seja, percentuais que não diferem entre si, quando se leva em consideração a margem de erro da pesquisa, de três pontos percentuais, para mais ou para menos. Entre os que declaram torcer para o São Paulo, time no qual atua o pivô da polêmica, e que tem a segunda maior torcida na capital, com 21% das preferências, 80% não vêem problema em que um jogador profissional de futebol seja homossexual. Essa taxa é de 82% entre os que torcem para o Corinthians, time que tem a maior torcida na capital (31% de torcedores entre o total de entrevistados) , de 79% entre os que torcem para o Palmeiras (14% dos torcedores) e de 78% entre os santistas (6%). O Datafolha não fez a pergunta citando diretamente o caso de Richarlyson. O assunto foi introduzido de maneira indireta, lembrando aos entrevistados que algumas pessoas acham que homossexuais não podem exercer determinadas atividades profissionais, enquanto que para outros isso não faz diferença. A seguir, perguntou-se a respeito de algumas atividades, entre elas cargos do Poder Executivo, como a Presidência da República, se o entrevistado acha que um homossexual pode ou não exercê-la. Assim, a pesquisa mostra que o percentual dos que acham que um homossexual pode ser Juiz ou Promotor de Justiça, de 72%, é sete pontos menor do que a dos que pensam dessa maneira sobre a atividade de jogador de futebol. Das 11 atividades pesquisadas, apenas duas não encontraram o respaldo da maioria para a presença de homossexuais: a de padre da Igreja Católica e a de pastor de igrejas evangélicas. Para 51% um homossexual não pode exercer a função de padre na Igreja Católica; 45% pensam de maneira contrária. Rejeitam um homossexual como pastor de igreja evangélica 50%; não vêem problema nisso 47%. A atividade na qual a presença de homossexuais é menos contestada é a de professor: 82% acham que a prática do magistério independe da orientação sexual. Para um terço (29%) o cargo máximo da República, o de presidente, não pode ser ocupado por um homossexual; para 69% a orientação sexual não faz diferença nesse caso. Os percentuais são idênticos quando a pergunta se refere aos militares. Um quarto (25%) rejeita homossexuais como governadores; parcela idêntica acha que o cargo de prefeito não pode ser ocupado por um homossexual. Em ambos os casos, o percentual dos que acham que a sexualidade não faz diferença é de 73%. Pergunta: Algumas pessoas acham que homossexuais não podem exercer algumas atividades profissionais. Outras acham que isso não faz diferença. Na sua opinião, um homossexual pode ou não ser ... ? Pergunta: Algumas pessoas acham que homossexuais não podem exercer algumas atividades profissionais. Outras acham que isso não faz diferença. Na sua opinião, um homossexual pode ou não ser ... ? De modo geral, as mulheres são mais tolerantes do que os homens. Quando os resultados são observados levando-se em conta a idade do entrevistado, nota-se maior aprovação à presença de homossexuais entre os que têm até 34 anos e reprovação acima da média entre os que têm 60 anos ou mais. A posição favorável também fica acima da média entre os mais escolarizados e entre os que têm renda familiar mensal acima de 10 salários mínimos. No que diz respeito a futebol profissional, por exemplo, 83% das mulheres acham que um homossexual pode exercer a atividade. Entre os homens essa é a opinião de 76%. Esse percentual é de 71% entre os que têm escolaridade fundamental, de 83% entre os que chegaram ao ensino médio e atinge 92% entre os que têm nível superior. A taxa dos que opinam favoravelmente em relação a homossexuais no futebol é de 75% entre os que têm renda familiar até dois salários mínimos, subindo para 84% entre os que têm rendimentos acima de 10 mínimos por mês. Entre os que têm 60 anos ou mais a taxa dos que pensam que homossexuais não podem atuar em times de futebol profissional chega a 30%, 12 pontos acima da média.

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