19/09/2008 - 21h30
Marcus Vinicius Gomes
Especial para o UOL
Em Curitiba
Preso desde domingo (14), acusado de dano ao patrimônio público, o travesti Andrielly Vogue (PT), 32 anos, disputa uma cadeira na Câmara Municipal de Curitiba e pode receber a liberdade provisória nesta segunda-feira (22).
Andrielly, cujo nome verdadeiro é José Adriano Elias, foi preso em flagrante, no domingo, após quebrar o vidro de uma janela do IML (Instituto Médico Legal), no centro de Curitiba.
Segundo Ricardo Tadao, um dos advogados do PT, Andrielly teria socorrido uma vítima de agressão no pátio do IML e correra para chamar ajuda. Ao bater no vidro da janela, no entanto, ele se partira.
O processo de Andrielly foi encaminhado para o Ministério Público e deveria ser apreciado na Vara de Inquéritos em Curitiba nesta sexta-feira (20). Um entrave burocrático, no entanto, atrasou o julgamento.
Como a Justiça exige que o acusado tenha um endereço fixo para que seja liberado, o diretório do PT municipal enviou uma declaração, anexando nela a ficha de filiação de Andrielly para comprovar sua residência.
"Andrielly está presa e não tem qualquer conta de telefone, água ou luz em seu nome. A solução encontrada foi o PT assumir a responsabilidade e encaminhar a ficha de filiação do candidato, onde consta o seu endereço", afirmou Tadao.
Desde que foi preso, o travesti já passou por três celas. Primeiro foi encaminhado ao Centro de Triagem de Piraquara, na região metropolitana de Curitiba, onde teve o cabelo raspado. Depois foi transferido para o Centro de Detenção do Bairro Ahú e encontra-se agora na ala masculina do Centro de Detenção de São José dos Pinhais, também na Grande Curitiba, onde divide a cela com outros 12 detentos homens.
Na quinta-feira (19), a ABGLT (Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Travestis e Transexuais) divulgou "nota de solidariedade" ao candidato petista, onde protesta contra o tratamento a ele dispensado e reivindica uma cela especial.
Segundo o presidente da ABGLT, Toni Reis, ao ser preso, Andrielly não "teve a sua identidade de gênero respeitada". "Eu o visitei na cadeia, ele está abalado emocionalmente e extremamente vulnerável", afirmou.
O advogado Ricardo Tadao diz que a proibição da prisão de candidatos, que entra em vigor neste sábado (20), não se aplica ao travesti, já que ele foi detido antes da data estipulada e a prisão ocorreu em flagrante.
De acordo com Tadao, caso não obtenha a liberdade provisória, Andrielly pode permanecer no centro de detenção por até 30 dias.
Estigma
No início do horário eleitoral gratuito, em 19 de agosto, o travesti gravou participação que acabou não indo ao ar, em que recomendava aos eleitores gravar o seu número da seguinte maneira: "13 de PT, zero e 24 de viado". Reis, no entanto, censurou a idéia e aconselhou Andrielly a pedir o voto do eleitorado com mensagens de prevenção à Aids e contra a homofobia.
Andrielly, cujo nome verdadeiro é José Adriano Elias, foi preso em flagrante, no domingo, após quebrar o vidro de uma janela do IML (Instituto Médico Legal), no centro de Curitiba.
O travesti Andrielly Vogue (PT)
Segundo Ricardo Tadao, um dos advogados do PT, Andrielly teria socorrido uma vítima de agressão no pátio do IML e correra para chamar ajuda. Ao bater no vidro da janela, no entanto, ele se partira.
O processo de Andrielly foi encaminhado para o Ministério Público e deveria ser apreciado na Vara de Inquéritos em Curitiba nesta sexta-feira (20). Um entrave burocrático, no entanto, atrasou o julgamento.
Como a Justiça exige que o acusado tenha um endereço fixo para que seja liberado, o diretório do PT municipal enviou uma declaração, anexando nela a ficha de filiação de Andrielly para comprovar sua residência.
"Andrielly está presa e não tem qualquer conta de telefone, água ou luz em seu nome. A solução encontrada foi o PT assumir a responsabilidade e encaminhar a ficha de filiação do candidato, onde consta o seu endereço", afirmou Tadao.
Desde que foi preso, o travesti já passou por três celas. Primeiro foi encaminhado ao Centro de Triagem de Piraquara, na região metropolitana de Curitiba, onde teve o cabelo raspado. Depois foi transferido para o Centro de Detenção do Bairro Ahú e encontra-se agora na ala masculina do Centro de Detenção de São José dos Pinhais, também na Grande Curitiba, onde divide a cela com outros 12 detentos homens.
Na quinta-feira (19), a ABGLT (Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Travestis e Transexuais) divulgou "nota de solidariedade" ao candidato petista, onde protesta contra o tratamento a ele dispensado e reivindica uma cela especial.
Segundo o presidente da ABGLT, Toni Reis, ao ser preso, Andrielly não "teve a sua identidade de gênero respeitada". "Eu o visitei na cadeia, ele está abalado emocionalmente e extremamente vulnerável", afirmou.
O advogado Ricardo Tadao diz que a proibição da prisão de candidatos, que entra em vigor neste sábado (20), não se aplica ao travesti, já que ele foi detido antes da data estipulada e a prisão ocorreu em flagrante.
De acordo com Tadao, caso não obtenha a liberdade provisória, Andrielly pode permanecer no centro de detenção por até 30 dias.
Estigma
No início do horário eleitoral gratuito, em 19 de agosto, o travesti gravou participação que acabou não indo ao ar, em que recomendava aos eleitores gravar o seu número da seguinte maneira: "13 de PT, zero e 24 de viado". Reis, no entanto, censurou a idéia e aconselhou Andrielly a pedir o voto do eleitorado com mensagens de prevenção à Aids e contra a homofobia.
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on domingo, setembro 21, 2008
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