E agora? | 3/10/2006 |
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Ativistas avaliam como positiva a renovação do quadro político brasileiro pós-eleições
Por Paco Llistó
Foto: Arquivo Mix |
Foto: Arquivo Mix |
Dois dos principais ativistas gays brasileiros avaliam como positiva a renovação do quadro político pós-eleições.
Para Welton Trindade, presidente do Estruturação - Grupo LGBT de Brasília, o momento é prematuro para avaliar se os parlamentares eleitos darão continuidade ao trabalho dos anteriores. "De forma geral, o novo cenário possui um grande potencial de continuidade da crescente evolução dos direitos GLBT que temos vivido nos últimos anos. A baixa reeleição dos integrantes da Frente Mista pela Livre Expressão Sexual realmente é desanimadora, mas avaliações que consideram isso uma grande catástrofe são prematuras ainda. Temos de ver quem entrou agora na Câmara. Quem sabe até não superamos o número atual de parlamentares pró-GLBT? Enfim, o terreno de trabalho para os próximos quatro anos pode nos dar boas surpresas ", acredita.
Já para Toni Reis, presidente do Grupo Dignidade e coordenador geral do Projeto Aliadas, que batalha pela aprovação de leis pró-gays, o quadro político atual é reflexo da recomposição do Congresso como um todo. Na opinião dele, são boas as perspectivas de ampliar a Frente para pelo menos 140 integrantes. "A análise dos novos eleitos da esquerda, das novas deputadas e senadoras, bem como o histórico de atuação de outros parlamentares eleitos aponta para em torno de 90 possíveis novas adesões à Frente ", diz. "Também foi maravilhoso ver que 95% dos nossos adversários não se reelegeram. Inclusive, da CPI das Sanguessugas, 22 eram nossos adversários e nenhum destes conseguiu se reeleger ", ressalta.
Os ativistas acreditam que chegou a hora de tentar uma rearticulação no movimento para conseguir mais apoio na Câmara e no Senado. "O trabalho é o mesmo, conversar, conquistar, fidelizar e trabalhar em conjunto ", opina Trindade. "A ABGLT [Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transgêneros] vai realizar um grande trabalho de advocacy junto aos novos parlamentares. Cada estado terá um coordenador e um vice-coordenador do Projeto Aliadas, juntamente com um parlamentar que coordenará as bancadas por estado. Também faremos parcerias com sites, blogs etc. para fazer uma grande mobilização. Acima de tudo, o objetivo da ABGLT para o próximo mandato do Congresso Nacional é a profissionalização dessas ações ", explica Reis.
Particularmente no Distrito Federal, Trindade comemora a reeleição da deputada Érika Kokay, que recebeu quase 23 mil votos. Ele só lamenta a derrota da deputada federal Maninha, do PSOL. "Mas já identificamos bons potenciais aliados entre os futuros parlamentares nos dois níveis ", diz o ativista, cuja ONG realizou nas últimas semanas a campanha "Vote Consciente. Vote arco-íris", que teve como objetivo alertar os homossexuais para o voto consciente.
No Paraná, Reis conta que nenhum candidato homossexual assumido conseguiu se eleger. "Por outro lado, foram eleitos deputados aliados importantes da causa, como o deputado federal Dr. Rosinha (PT) que tem nos apoiado desde 1992. Também o deputado federal Luiz Carlos Hauly, que se comprometeu inclusive de articular na bancada do PSDB a aprovação da lei 5003/2001 que proíbe a discriminação por orientação sexual. O deputado federal Gustavo Fruet também já se posicionou favoravelmente à lei antidiscriminatória. Outros deputados, como Ratinho Júnior e Ângelo Vanhoni, ex-candidato a prefeito de Curitiba, também sempre votaram favorável às nossas questões na Assembléia Legislativa do Paraná, e agora serão nossos aliados no Congresso Nacional ", destaca.
Em nova enviada à imprensa nesta terça-feira, a ABGLT destacou os adversários que saíram enfraquecidos destas eleições. "Importante para o avanço dos direitos humanos de GLBT foi a derrota de adversários ferrenhos, como Elimar Máximo Damasceno (Prona-SP), autor de diversos projetos de leis contrários a GLBT; Philemon Rodrigues (PDT-PB); Salvador Zimbalde (PSB-SP); Pastor Oliveira (PFL-PR); Pastor Frankembergen (PTB-RR); bem como Severino Cavalcanti, que também não se elegeu ", diz a nota.
Para a ABGLT, a mudança na composição da Frente era previsível, "embora seja lamentável que vários de nossos principais aliados não tenham se reeleito. " Sobre a vitória de Clodovil, a entidade reafirmou seu interesse de apresentar as demandas da comunidade GLBT para o novo deputado. "A nossa estratégia é de conversar com Clodovil e ganhar um aliado de nossas causas dentro do Congresso Nacional ", diz Reis.
Para Welton Trindade, presidente do Estruturação - Grupo LGBT de Brasília, o momento é prematuro para avaliar se os parlamentares eleitos darão continuidade ao trabalho dos anteriores. "De forma geral, o novo cenário possui um grande potencial de continuidade da crescente evolução dos direitos GLBT que temos vivido nos últimos anos. A baixa reeleição dos integrantes da Frente Mista pela Livre Expressão Sexual realmente é desanimadora, mas avaliações que consideram isso uma grande catástrofe são prematuras ainda. Temos de ver quem entrou agora na Câmara. Quem sabe até não superamos o número atual de parlamentares pró-GLBT? Enfim, o terreno de trabalho para os próximos quatro anos pode nos dar boas surpresas ", acredita.
Já para Toni Reis, presidente do Grupo Dignidade e coordenador geral do Projeto Aliadas, que batalha pela aprovação de leis pró-gays, o quadro político atual é reflexo da recomposição do Congresso como um todo. Na opinião dele, são boas as perspectivas de ampliar a Frente para pelo menos 140 integrantes. "A análise dos novos eleitos da esquerda, das novas deputadas e senadoras, bem como o histórico de atuação de outros parlamentares eleitos aponta para em torno de 90 possíveis novas adesões à Frente ", diz. "Também foi maravilhoso ver que 95% dos nossos adversários não se reelegeram. Inclusive, da CPI das Sanguessugas, 22 eram nossos adversários e nenhum destes conseguiu se reeleger ", ressalta.
Os ativistas acreditam que chegou a hora de tentar uma rearticulação no movimento para conseguir mais apoio na Câmara e no Senado. "O trabalho é o mesmo, conversar, conquistar, fidelizar e trabalhar em conjunto ", opina Trindade. "A ABGLT [Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transgêneros] vai realizar um grande trabalho de advocacy junto aos novos parlamentares. Cada estado terá um coordenador e um vice-coordenador do Projeto Aliadas, juntamente com um parlamentar que coordenará as bancadas por estado. Também faremos parcerias com sites, blogs etc. para fazer uma grande mobilização. Acima de tudo, o objetivo da ABGLT para o próximo mandato do Congresso Nacional é a profissionalização dessas ações ", explica Reis.
Particularmente no Distrito Federal, Trindade comemora a reeleição da deputada Érika Kokay, que recebeu quase 23 mil votos. Ele só lamenta a derrota da deputada federal Maninha, do PSOL. "Mas já identificamos bons potenciais aliados entre os futuros parlamentares nos dois níveis ", diz o ativista, cuja ONG realizou nas últimas semanas a campanha "Vote Consciente. Vote arco-íris", que teve como objetivo alertar os homossexuais para o voto consciente.
No Paraná, Reis conta que nenhum candidato homossexual assumido conseguiu se eleger. "Por outro lado, foram eleitos deputados aliados importantes da causa, como o deputado federal Dr. Rosinha (PT) que tem nos apoiado desde 1992. Também o deputado federal Luiz Carlos Hauly, que se comprometeu inclusive de articular na bancada do PSDB a aprovação da lei 5003/2001 que proíbe a discriminação por orientação sexual. O deputado federal Gustavo Fruet também já se posicionou favoravelmente à lei antidiscriminatória. Outros deputados, como Ratinho Júnior e Ângelo Vanhoni, ex-candidato a prefeito de Curitiba, também sempre votaram favorável às nossas questões na Assembléia Legislativa do Paraná, e agora serão nossos aliados no Congresso Nacional ", destaca.
Em nova enviada à imprensa nesta terça-feira, a ABGLT destacou os adversários que saíram enfraquecidos destas eleições. "Importante para o avanço dos direitos humanos de GLBT foi a derrota de adversários ferrenhos, como Elimar Máximo Damasceno (Prona-SP), autor de diversos projetos de leis contrários a GLBT; Philemon Rodrigues (PDT-PB); Salvador Zimbalde (PSB-SP); Pastor Oliveira (PFL-PR); Pastor Frankembergen (PTB-RR); bem como Severino Cavalcanti, que também não se elegeu ", diz a nota.
Para a ABGLT, a mudança na composição da Frente era previsível, "embora seja lamentável que vários de nossos principais aliados não tenham se reeleito. " Sobre a vitória de Clodovil, a entidade reafirmou seu interesse de apresentar as demandas da comunidade GLBT para o novo deputado. "A nossa estratégia é de conversar com Clodovil e ganhar um aliado de nossas causas dentro do Congresso Nacional ", diz Reis.
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on terça-feira, outubro 03, 2006
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